Raio-X Stock car Brasil: por dentro do JL G-09

Desde a estreia dos chassis tubulares em 2000, a Stock Car Brasil deu um grande passo adiante em relação os rústicos modelos dos anos anteriores, visando sempre o melhor desempenho.

Vectra Stock Car, os pioneiros da categoria a usar chassis tubular e carroceria em fibra
Vectra Stock Car, os pioneiros da categoria a usar chassis tubular e carroceria em fibra

No ano de 2009, foi preparado o novo modelo da Stock Car batizado de G-09, que era um grande upgrade em termos de tecnologia, deixando a categoria nacional ainda mais próxima de outras categorias internacionais de turismo.

O novo carro inicialmente utilizava a “bolha” baseada no atualmente “aposentado” Chevrolet Vectra.

Evento de exibição do novo carro da Stock em 2009
Evento de exibição do novo carro da Stock em 2009

Specs:

Modelo: JL G-09 Chassis tubular: tubos de molibdênio sem costura Carroceria: Fibra Acabamento interno: Fibra de carbono

Rodas: OZ Racing (Itália)

Câmbio: 6 Marchas X Track (Inglaterra)

Diferencial: XTrack (Inglaterra)

Pinças de freio: Ap Racing (Inglaterra)

Disco de freio: Fremax

Pastilha: Ecopads

Motor: 480 Hp

Torque: 63 kgf/m

Pneus: radial da marca Goodyear com 25.5 x 10.5 – R-18 polegadas, desenvolvido no Centro Tecnológico da Goodyear em Akron, Estados Unidos.

O novo modelo era composto de um chassis tubular com tubos de molibdênio e carroceria de chapas de alumínio antichamas, sustentadas por um sistema de suspensão independente nas 4 rodas construidas em tubos de aço com barras estabilizadoras na dianteira e traseira, que podem ser controladas de dentro do carro.

Representação do chassis JL G-09
Representação do chassis JL G-09

Visando sempre a segurança os novos carros eram equipados com tanques de combustíveis importado dos EUA composto por container de borracha preenchido com espuma de baixa densidade, e container de alumínio provido de válvulas de segurança inclusive para o caso de capotagens e capacidade de 85 litros.

Os motores 8 cilindros em V com 480 HP de potência, 6.000 rpm e 5.700 cc (5,7 litros), cabeçote de alumínio, alimentação de combustível por uma injeção eletrônica Bosch (a partir de 2010) e cárter seco ficavam incumbidos de impulsionar os 1320kg do “gordinho” da Stock, acoplados a um cambio e diferencial Xtrac de 6 marchas sequenciais.

Ainda utilizando a mesma base G-09, em 2012 a Stock estreia com novidades nos carros, como a substituição da velha alavanca de cambio sequencial pelo paddle shift semiautomático.

Após aposentar o Chevrolet Vectra em 2011 e o Peugeot 307 em 2008, os bolhas atuais são baseados no Chevrolet Sonic e no Peugeot 407 que tiveram como grande novidade o sistema “push to pass” que consiste em injeções de nitro gerando de 100 a 50 cv de potencia extra durante corrida e classificações.

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Testes do prototipo G-09 com as novas especificações de motor e aerodinâmica

As configurações atuais contam com potencia na casa dos 520cv de força que pode levar os carros a velocidade de cerca de 270 Km/h.

JL_aero-testing.jpg_e_840af5be80f1a7a06358fb8bb3ea704cCom o passar dos anos o fabricante de pneus Goodyear deixou de fornecer os compostos D3 Eagle especiais para as pistas, abrindo espaço para a italiana Pirelli entrar na categoria com a sua linha P-zero, similar aos usados na F-1 porém com compostos diferentes e especificações para os aros que são muito maiores que os F-1.

Em 2010 o Carioca multicampeão da Stock Cacá Bueno foi até o deserto de sal em Bonneville para quebrar o recorde de velocidade em um Stock Car Brasil, utilizando uma versão adaptada do JL G-09 com mais potencia e aerodinâmica reduzida chegando a marca de 345,9 Km/h.

G-09 rasgando deserto de sal em 2010
G-09 rasgando deserto de sal em 2010

Também em 2010 durante a decisão do campeonato em Interlagos, foi feita uma volta especial aos 31 anos da Stock Car com o Opala 1979 e o G-09 de 2010 mostrando a diferença enorme de performance, mesmo com o Opala largando a 40s de distancia, foi superado no inicio da reta dos boxes pelo carro da “atual” Stock.

O layout adotado aos carros brasileiros inicialmente em quesitos de construção e segurança se baseiam em carros como os DTMs alemães e os japoneses da Super GT que são referencia mundial em performance, porém devido o seu peso elevado os Stocks brasileiros teoricamente não acompanharia em pista seus irmão europeus e asiáticos, mas em contra partida custam 10 vezes menos que os mesmos ficando dentro da realidade do automobilismo brasileiro que anda em tempos difíceis que busca alternativas mais viáveis de manter o esporte vivo no país.

Espero que gostem e até o próximo Post

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